;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
Fogo-fátuo
Um pão cego em mergulho
Numa travessa de vinho.
Teu nadar me empresta a fome.
;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
Conselho criado-mudo
Nas gavetas
Buscar o equilíbrio nas roupas não põe sereno
Nas estantes
O sereno, para ser sereno de uma sala
Num contexto de símbolos virtuais, é ferimento mudo
A realidade é virtual nas bocas fazendo modelos
Nas camas
É vendível a vontade dos homens
E consumível a psicologia do equilíbrio
O absurdo não se vende em fábricas de equilíbrio
;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
Sobre a graça
O laço na praça medida
O resto de ponto em cego olhar
As feridas que mudam as nossas verdades
;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
Pássaro de pedra não voa
Procurar penas para asas
Juntar pedras para montanhas
Se pedra,
ficar
Se asa,
quebrar os limites dos signos externos do desprezo
E como colecionador de trapos
Senta juntando pedras para as asas
;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
O Colecionador
O pássaro na gaiola. Mas a gaiola não é o pássaro.
O tolo cuida da gaiola, e o pássaro passa fome.
As penas ele junta como se pudesse recolher a liberdade fingida,
mas preso permanentemente no presente, rumina os dedos na memória.
E o pássaro,
com um cantar demente desata seu coração de inverno
confirmando que tudo aquilo era loucura.
;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
Dialogo da infrutificação
(nas feridas reinam os vermes, por quem lutas?)
(a mediocridade fede nas bocas das pessoas cheirosas)
;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
O espírito do tempo
existem muitas coisas que é preciso não saber mais
;;;;;;;;;;;;;;;;;;;;
O valor das coisas
Ela foi contra aqueles que diziam que tudo tem seu preço
Pois descobriu que muitas coisas fez sem que tivessem valor algum.
7.18.2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário