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Perto
De ti o que em mim
muda abotoando as
sementes do bem viver
é esse desfazer-me sopro
para poder entrar em tua
garganta dizendo segredo
De ti o que em mim
muda escalando o céu
removendo pedras
vibrando folguedos de
esperança é o devir perto
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Vontade
os músculos explodindo sombra em mim teu corpo chama a mão tateia a inexprimível sensação de espaço em ti para onde for tu me navegas os músculos explodindo sombra em mim teu corpo chama a mão tateia a inexprimível sensação de espaço em ti para onde for tu me navegas
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Altriz
é saboroso hospedar-me nas lembranças do teu gosto
ou nas labaredas de tua substância: minha nutrição
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Milagre
Nos desvios do tempo
o céu guarda súbitos caprichos.
Milagre em mim: tu-eu me existe.
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Grito/nome
Durante o tempo de silêncio eu me guardei
Guiei meus versos para flancos indistintos
Hoje que o devir me guarda
O silêncio se fez festa
A vida se fez sereno vivendo puro grito
E assim de um grito/nome meu corpo alma espaço se transfigura
E em extrema paz onipotente
És minha linda que nos altares da face do momento
Tua ternura branca e leve veste fogo para regar-me a vida
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Por graça tua sou maior que o mar
O mar salgadamente chora e lamenta
se movimenta como quem perdeu
o maior dos tesouros
arrasta seus cabelos algas pela areia
como quem se curva implorando a
volta do bem amado
a noite, enfeita o céu com estrelas
como quem oferece pedras
preciosas
pobre mar tão grande, imperioso
sente-se infinitamente pequeno
sua cabeça de espumas se afoga
entre as pedras
e em dilúvio suicida-se diariamente
sabendo pois que tu és minha
para graça minha, não és sereia
ele, o mar, nas águas sem te ter,
não é ninguém.
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E
o instante mais precioso
o meu tesouro
recanto macio, fina areia
onde, longe de qualquer deserto
me sinto teu bem
abraço bem amasso
a noite, enfeita o meu céu, és minha
colisão
como quem oferece pedras
preciosas
dá-me teus beijos
eco incontido de furor
crescido
de mulher pele espumas
cujo nome em mim é lei: lascividade
e
sabendo pois que tu és minha
para graça minha, tenho...
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Cantiga flor na flor
Tua pele em lava em mim
- na dança
Nós, lâminas cortantes,
- marfins
É fogo que queima a carne
Cheiro diluído no ar
- incenso
Inflamando tato, paladar, olfato
- incêndio
Minha boca a te beber os seios
e a degustar o leite
- sentido
Gestos teus, harmoniosa dança
E na perigosa harmonia dessa dança
Cada um de nós
se lança
No infinito abismo flor da flor do outro
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Cantiga para os teus beijos
Gosto dos beijos,
são beijos arquigostosos.
Não são beijos que eu possa encontrar
em qualquer uma a qualquer hora.
São beijos de mar,
que transforma o eu areia.
São beijos de chuva,
inundando o eu lavoura.
Quando estou em perigo eles me salvam.
São beijos super-héroi,
Que me tiram do abismo.
Gosto deles,
Beijos passarinho,
me fazem voar livre,
em nuvens beijomacias.
Quando estou cabisbaixo,
são beijos de ponte,
ajudam-me a ultrapassar meus limites,
dando-me coragem para pedir mais beijos
7.15.2006
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