7.23.2006

Como duas uvas verdes

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Uvas verde(s)

Os gestos verde(s) dos olhos
Cerram o dialogo.
O azinhavre da distância ruge.






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Afeto feito de barro

O meu afeto é feito de barro. E cozido.
Se não for feito de barro
o meu afeto,
se não for assim,
não é nada, de nada serve.
Deverá ser feito de barro
o meu afeto.

Afeto
não têm vida própria,
serve apenas.É escada, tijolo, panela, muro, estatua.
Afeto, eu tenho que tocá-lo para que exista.
Eu não o sinto apenas na alma, sinto-o também na pele.
Se não sentir a minha pele suja de barro
a vida não executou,
o afeto não aconteceu.






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A Lembrança

Ter a pele marcada
Enquanto pele tiver
Balança desequilibrada
Que pesa o que nunca é






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A Dor

Relógio cego apertando nós.
--Por favor, acendam rápido as luzes,
Quero ver o tempo passar!





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A Saudade

Fogo brando amolece o aço
Vai de ponta a ponta entre os abismos
Construindo pontes de ponta cabeça
E num abraço vai embora

Um comentário:

Anônimo disse...

Afeto não tem vida própria, porém a falta do afeto do amado, mata a própria vida.